26/01/2012

Desabamento de três prédios no Rio de Janeiro.

A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro retificou na tarde desta quinta-feira (26) a informação dada pelo subsecretário municipal de Defesa Civil, Marcio Motta, de que cinco corpos foram encontrados no local do desabamento de três prédios, no centro da cidade.

Segundo o IML (Instituto Médico Legal), foram reconhecidos os corpos de Cornélio Ribeiro Lopes, 73, que era porteiro de um dos edifícios, e Celso Renato Braga Cabral, 44. O catador de papel Moises Moraes da Silva foi identificado pela prima, mas o IML não confirma a informação. O quarto e quinto corpos, ambos de mulheres, ainda não foram identificados.

Ontem, por volta das 20h30, três prédios vieram abaixo: um maior, na Rua Treze de Maio (chamado Liberdade), que tinha 20 andares; um menor, no número 16 da Rua Manoel de Carvalho, com 10 andares (chamado Colombo); e ainda um imóvel pequeno, localizado entre os dois edifícios maiores, com quatro ou cinco andares.

“Eu tive sorte, parecia o 11 de Setembro. Parecia que estavam jogando entulho de cima do telhado. Eu vi uma laje caindo e saí correndo. Se ficasse, ia cair em mim” Vicente Cruz, entregador de água, que estava em um dos prédios que desabou.
Com os corpos resgatados, o número de desaparecidos caiu para 16. A lista, segundo Motta, está sendo feita por assistentes sociais da Prefeitura. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou na manhã desta quinta-feira (26) em entrevista à Globo News que a hipótese de que uma explosão de gás teria provocado o desabamento já foi descartada e que, no momento, a investigação aponta para um problema estrutural no edifício maior.
O presidente da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do Conselho Regional de Engenharia (Crea), Luiz Antonio Cosenza, confirmou que estavam sendo realizadas obras no terceiro e no nono andar do edifício Liberdade. Já o engenheiro civil Antônio Eulálio Pedrosa Araújo, consultor do CREA, afirmou que as obras eram ilegais, pois não tinham autorização do conselho.

“Não estou no prejuízo porque consegui sair do prédio vivo. Estava no 9º andar e não sei como desci do prédio, só sei que estou vivo” Gilberto Figueiredo, que estava no local
Funcionários da Secretaria Municipal de Assistência Social montaram uma base na Câmara de Vereadores, na Praça da Cinelândia para orientar os parentes das vítimas. Cerca de 30 pessoas que procuram amigos e familiares desaparecidos foram levadas em vans da Secretaria para o IML (Instituto Médico Legal) para tentar reconhecer alguns dos três corpos que foram resgatados.
Uma das pessoas que entrou na van foi Sandra Maria Ribeiro Lopes, 40, que procura o pai, Cornélio Ribeiro Lopes, 73, porteiro do prédio de 20 andares que veio abaixo. "Acharam o celular do meu pai no bolso de um dos corpos”, contou bastante emocionada e chocada.
Segundo a Secretaria de Saúde, os feridos foram encaminhados ao hospital Souza Aguiar. Há dois homens de 37 anos, um deles, que estava no prédio, apresenta um ferimento na perna e o outro, que estava passando pelo local na hora, sofreu escoriações leves; uma mulher de 28 anos, que sofreu um corte na cabeça e foi encaminhada para o centro cirúrgico; um homem de 50 anos, que sofreu apenas escoriações leves; e outro, de 31 anos, que está em estado de choque.
Um homem que estava dentro de um dos elevadores do edifício Liberdade conseguiu ser resgatado após entrar em contato com um amigo pelo celular.

Área isolada
Os prédios do quarteirão compreendido entre as avenidas Treze de Maio e Almirante Barroso, a Rua Senador Dantas e a travessa dos Poetas de Calçada, no centro do Rio, foram interditados pela Defesa Civil. Todas as pessoas que estavam nesses edifícios foram retiradas.
O comércio da região afetada está fechado, e a orientação da Prefeitura do Rio de Janeiro é para que as pessoas não se dirijam até a área isolada, mas as ruas do entorno estão repletas de pessoas que trabalham nesses locais e chegaram a entrar em suas lojas e salas comerciais.  
O secretário da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Simões, disse que os prédios ao lado dos que desabaram não ficaram comprometidos, mas a área de isolamento foi ampliada para evitar a circulação de pessoas, por conta de máquinas e caminhões atuando no local. "Fizemos toda varredura ao redor e identificamos a necessidade de interditar preventivamente três edificações. São três prédios colados aos escombros. Não há risco iminente de cair", afirmou.

O local do desabamento fica bem próximo ao Theatro Municipal, que não foi afetado, segundo a presidente da entidade, Carla Camurati. As avenidas Treze de Maio e a Almirante Barroso (trecho entre a rua Senador Dantas e a avenida Rio Branco) ficarão totalmente interditadas para o tráfego de veículos. Já a rua Senador Dantas sofrerá interdição de mão. Os veículos procedentes da Avenida República do Chile deverão entrar na via, acessando na seqüência a Rua Evaristo da Veiga. O tráfego na Avenida Rio Branco e na Rua Evaristo da Veiga, nas proximidades dos desabamentos, foi liberado.

Investigação
A Polícia Civil informou que aguarda a liberação do local por parte do Corpo de Bombeiros para que a perícia, que se encontra de plantão desde ontem no local, possa dar início aos trabalhos.
O delegado de plantão da 5ª DP (Centro), Diogo Teixeira Schettini, esteve no local logo após o desabamento. Ele optou por ouvir informalmente as pessoas envolvidas para, posteriormente, chamá-las para prestar depoimento. As imagens da área já foram requisitadas para análise. As investigações vão ficar a cargo do titular da 5ª DP, delegado Alcides Alves Pereira. (Com Agência Brasil e Agência Estado).

Subiu para sete o número de mortos no desabamento de três prédios, na última quarta-feira (25), no centro do Rio de Janeiro. O sétimo corpo foi localizado pelos bombeiros por volta das 8h30 de hoje (27). O número de desaparecidos passa de 20 pessoas, de acordo com o último balanço divulgado pela prefeitura.

By Sah

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